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São Paulo a cidade do silêncio

Com a pandemia de Covid-19 assolando o mundo e os (ainda) crescentes números de infectados pela doença, no Brasil, a necessidade de se fazer um isolamento generalizado - para evitar a superlotação de hospitais e garantir o devido atendimento e tratamento aos acometidos pela doença -  ficou evidente. Com isso, as empresas (que podem) passam a adotar novas estratégias de trabalho, como o excelente mas subestimado home office.

O que mudou?

Com essas novas estratégias, cada empresa experimentará um resultado diferente para seus negócios. Porém, duas grandes mudanças estão acontecendo igualmente nas grandes cidades que aderiram ao isolamento, em todo o mudo: a significativa redução nos níveis de poluição do ar e sonora.

Com São Paulo, que conta com cerca de 12 milhões de habitantes (segundo o IBGE) sendo assim o município mais populoso do país, não foi diferente. Por conta da redução do volume de carros, pessoas e até aeroportos, seus moradores começaram a sentir os efeitos da mudança, sendo que em regiões consideradas barulhentas, como a área do Masp, na Avenida Paulista, passaram a registrar 61 dB (dez a menos do que o costume) o que pode causar nos moradores da região a sensação  de que a intensidade do ruído caiu pela metade - dados registrados por Marcos Holtz, vice-presidente da Associação Brasileira de Qualidade Acústica (ProAcústica).

Segundo moradores da região, que convivem diariamente com diversos ruídos juntos (carros, gente, shows, obras, passeatas etc), hoje experimentam sons que não costumam ouvir ao acordar e no decorrer do dia, mas que sempre estão ali mascarados pelo ruídos atualmente silenciados.

Velhos novos sons

Além do silêncio na região - que ocorreu apenas duas vezes nos últimos anos quando a seleção foi goleada por 7 a 1 pela Alemanha e quando o PCC ameaçou a cidade com onda de atentados, como contam os moradores - outros sons podem ser ouvidos por conta do afastamento social.

Para o físico Marcelo Aquilino, professor do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, especialista em conforto acústico e soluções tecnológicas para a construção civil, os paulistanos começam a perceber o som dos pássaros, de obras, de vizinhos, diversos sons diferentes que estavam mascarados pelo tráfego.

"Quando você silencia uma fonte de ruído, como está acontecendo nesses dias de afastamento social, outra passa a ser percebida."

Marcelo Aquilino

Fonte: Jornal Estado de Minas