Em março do ano passado, o professor João Lopes e a aluna Gisele Braga, criaram um laboratório de readequação vocal cujo foco é proporcionar aos transexuais condições de disputar empregos no mercado formal, tirando-os assim da exclusão e marginalidade. A iniciativa, que era promovida pelo curso de fonoaudiologia da Universidade Veiga de Almeida (no Rio de Janeiro), buscava alcançar seu foco através de exercícios individualizados que os pacientes deveriam repetir em casa.
Por conta da iniciativa duas pacientes conseguiram entrevistas de emprego e um outro conseguiu uma promoção na empresa onde trabalhava, depois de apresentarem os primeiros resultados após o começo da readequação.
"O objetivo é fazer com que este público seja inserido dentro da nossa sociedade. Abrir a possibilidade de ofertas de emprego." Professor João Lopes. Fonoaudiólogo com 20 anos de carreira e professor de fonoaudiologia da Universidade Veiga de Almeida.
Uma vez criado o espaço, coube a Gisele conversar com pacientes em potencial para saber se seria possível reunir pessoas interessadas no serviço.
"O João propôs a ideia, criou o projeto e eu fui à rua, ver se tinha interesse, se as pessoas poderiam vir. Até então eram transgêneros femininos e depois começou a vir o público masculino também" Gisele Braga. Cocriadora do projeto (o qual foi também sua iniciação científica) e aluna do curso de fonoaudiologia da Universidade Veiga de Almeida.
O principal interesse que os transgêneros tinham ao buscar o projeto, era de ser recebido nos locais com respeito. Mas os benefícios iam além.
Para a maioria dos pacientes que eram atendidos, o trabalho com os fonoaudiólogos era uma ajuda contra a timidez. A possibilidade de falar com as pessoas em situações simples, sem temer ser confundido com o outro gênero.
"Eu liguei para a farmácia e fizemos um teste. Pedi um remédio. O atendente começou a conversar comigo e já disse: ‘bom dia, senhora!’ E antes eu tinha uma dificuldade de ter a minha identidade de gênero respeitada e reconhecida pelo telefone. Depois ele repetiu senhora de forma mais firme. E foi a confirmação que eu tive um retorno positivo no tratamento" Amanda Castro, de 22 anos. Paciente no projeto de readequação vocal.
O professor João Lopes explicou que as vozes não eram transformadas, mas sim adequadas aos padrões físicos e destacou a importância de evitar vícios que possam prejudicar a voz como, por exemplo, falar em falsete para parecer que possui uma voz mais aguda e feminina.
"Se você tem uma transexual de 1,90m de altura, eu não vou ter como colocá-la com uma voz muito aguda. Ela vai ter uma voz com padrões femininos, mas ela não vai ter uma voz totalmente aguda porque temos que respeitar a anatomia dela, a fisiologia da laringe. Se eu começar a trabalhar uma estrutura que foge muito do biótipo, isso vai prejudicar futuramente aquela voz. Um dos riscos, inclusive, é falar em falsete. Queremos uma voz natural dentro do alcance, da estrutura dessa pessoa" Professor João Lopes.
O tratamento que aconteceu no período da manhã, era gratuito e contava com o acompanhamento de, pelo menos, um fonoaudioólogo por sessão. Todos os pacientes e alunos que circulavam pela instituição eram chamados sempre pelo nome social.
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