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Estudo em peixe ajuda a entender a audição humana

Embora não haja correlação aparente entre peixes e a audição humana, pesquisadores estudam um peixe-zebra que nasceu com uma má formação na mandíbula, a fim de entender melhor a audição humana e afirmam que sim, o peixe pode trazer maiores informações sobre a perda auditiva em humanos.


ENTENDA MELHOR

O peixe-zebra (também conhecido como paulistinha), já é um modelo muito usado em estudos da medicina, mas para a realização desta pesquisa, um peixe-zebra em específico foi escolhido, devido a uma má formação de sua mandíbula.

Mas qual a sua relação com a audição humana?

Em uma das reviravoltas da evolução, as estruturas que formam as mandíbulas dos peixes ancestrais deram origem a três pequenos ossos na orelha média dos mamíferos: martelo, bigorna e estribo, responsáveis por transmitir as vibrações do som.  

Portanto a lógica é: se uma mudança genética provoca uma malformação do maxilar em um peixe, uma mudança genética equivalente pode desencadear defeitos de audição em camundongos e humanos.


O ESTUDO

Para testar essa previsão, o primeira autora e estudante de doutorado Camilla Teng, reuniu os colegas Rob Maxson e Neil Segil com especialistas clínicos em radiologia, audiologia e genética, na Faculdade de Medicina da Keck da USC e do Children's Hospital Los Angeles (CHLA).

Juntos, estudaram dois genes - JAG1 e NOTCH2 - que são mutados na maioria dos pacientes com síndrome de Alagille (AGS), onde quase metade dos pacientes têm perda auditiva - além dos defeitos hepático, ocular, cardíaco e esquelético.

Enquanto parte dessa perda auditiva é causada pela perda de audição neurossensorial resultante de déficit nas células sensoriais da orelha interna, os pesquisadores também se perguntaram se a perda auditiva condutiva, envolvendo componentes estruturais da orelha média (como os ossos vibratórios) tinha alguma influência neste mal.

Sabendo que as mutações genéticas causaram malformações do maxilar no peixe-zebra, os pesquisadores introduziram as mutações em camundongos e puderam observar os ossos chamados bigorna e estribo, apresentaram algum tipo de "defeito", o que causou uma perda auditiva nos roedores.


CONCLUSÃO

Os pesquisadores participaram das reuniões da Alagille Alliance em 2011 e 2014 e realizaram exames auditivos em 44 pacientes para determinar se sua perda auditiva era condutiva, sensorial ou mista. Como as descobertas no peixe-zebra e ratos predisseram, a perda auditiva condutiva foi o tipo mais comum - afetando quase um terço de todos os examinados.

Tomografias computadorizadas de cinco pacientes com AGS revelou uma surpreendente diversidade de defeitos estruturais no ouvido médio com efeitos variáveis na audição. Apenas um dos cinco pacientes apresentava defeito especificamente associado à perda auditiva condutiva.

"Nosso estudo destaca um fenótipo mais negligenciado da síndrome de Alagille. Se os pacientes estão conscientes de uma possível perda de audição condutiva no início da vida, então eles podem buscar mais prontamente ajuda médica para melhorar a qualidade de vida".
Dr. Camilla Teng - autora do estudo

Fonte: AudiologyOnline

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