A perda auditiva induzida por ruídos (PAIR) extremamente altos é um mal que cresce a cada dia, seja por conta da exposição ao barulho cotidiano dos carros nas grandes cidades ou pelo aumento do volume nos fones de ouvido para abafar o som dos motores.
Estima-se que 10% da população mundial sofre com perda auditiva, sendo que boa parte dela é induzida por ruído. Segundo o professor de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina (FM) da USP, Ricardo Bento, a perda auditiva induzida por ruídos tende a aumentar no Brasil, não apenas pela poluição sonora das grandes cidades, mas também pela falta de protetores auditivos e fiscalização eficiente nos locais de trabalho.
Diante deste cenário assustador, uma nova pesquisa realizada pela "Keck School of Medicine of USC" (EUA) tenta encontrar uma solução para o problema.
Antes de desenvolver alguma solução para prevenir a perda auditiva induzida por ruído, os pesquisadores tiveram que entender como ela acontece. Para isso, construíram uma ferramenta usando a nova ótica em miniatura para criar imagens de dentro da cóclea dos ratos modelo enquanto eram expostos a um ruído alto, semelhante à uma bomba.
Eles descobriram que duas coisas acontecem após a exposição a um ruído alto: as células ciliadas sensoriais (que são as células que detectam o som e o convertem em sinais neurais) morrem e o ouvido interno se enche de líquido em excesso, levando à morte dos neurônios.
"Esse acúmulo de pressão do fluido no ouvido interno é algo que você pode notar se for a um concerto barulhento. Quando você sai do concerto, seus ouvidos podem ficar cheios e com zumbido. Fomos capazes de ver que esse acúmulo de fluido se correlaciona com a perda de neurônios." John Oghalai, MD, presidente e professor do Departamento de Otorrinolaringologia da USC
Os pesquisadores descobriram que a morte das células ciliadas sensoriais ocorreu imediatamente após a exposição ao ruído alto e era irreversível. O dano neuronal, no entanto, teve um início tardio, abrindo uma janela de oportunidade para o tratamento.
O acúmulo de líquido no ouvido interno ocorreu ao longo de um período de algumas horas após a exposição ao ruído e continha altas concentrações de potássio. Para reverter os efeitos do potássio e reduzir o acúmulo de fluidos, soluções à base de sal e açúcar foram injetadas no ouvido médio, apenas através do tímpano, três horas após a exposição ao ruído.
Os pesquisadores descobriram que o tratamento com essas soluções impediu 45-64% a perda de neurônios, sugerindo que o tratamento pode oferecer uma maneira de preservar a função auditiva.
Fonte: Medical Xpress
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