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Novo estudo abre caminho para o tratamento das afasias

A comunicação verbal eficaz depende da capacidade de recuperar e selecionar as palavras apropriadas para transmitir um significado pretendido. Para muitos, esse processo é instintivo, mas para alguém que sofreu um derrame ou outro tipo de dano cerebral, comunicar até mesmo a mensagem mais básica pode ser árduo.

Usando uma técnica de estimulação cerebral magnética - o mesmo método usado para tratar sintomas depressivos - e a teoria de controle de rede, pesquisadores da Universidade Drexel e da Universidade da Pensilvânia adotaram uma nova abordagem para entender como as redes no cérebro interagem na escolha de palavras. Seus resultados abrem o caminho para o tratamento da afasia e outros distúrbios de linguagem.


A PESQUISA

Os cientistas sabem que uma região do cérebro chamada de Giro Frontal Inferior Esquerdo (sigla em inglês LIFG) é fundamental para a produção de linguagem e processamento de texto. No entanto, ainda não está claro como exatamente o LIFG interage com as redes complexas do cérebro para facilitar o desempenho da linguagem controlada - ou como essas interações podem dar errado em um cérebro danificado.

Para ver como a região do cérebro LIFG está envolvida com diferentes redes neurais dependendo de várias tarefas de linguagem, a equipe de pesquisa usou uma técnica chamada estimulação magnética transcraniana, que usa um campo magnético externo para induzir correntes em partes do cérebro.

A pesquisa realizada com vinte e oito participantes, necessitava que eles completassem dois tipos diferentes de tarefas de linguagem, enquanto a equipe de pesquisa administrou a estimulação cerebral não invasiva. No primeiro tipo de tarefa, os participantes do estudo completaram frases abertas como "Eles deixaram os pratos sujos no ..." e foram instruídos a dizer uma única palavra que a completaria apropriadamente. No segundo tipo de tarefa, os participantes do estudo foram solicitados a nomear imagens ou números específicos apresentados a eles.

Para cada tarefa, os pesquisadores mediram os tempos de resposta dos participantes e administraram a estimulação cerebral. Depois de coletar os dados, os pesquisadores usaram fórmulas matemáticas para estudar a controlabilidade dos sistemas de rede do cérebro. Eles estavam focados em descobrir como as tarefas de linguagem afetavam dois recursos de controle de rede distintos:

  • Controlabilidade Modal: que é a capacidade de uma região cerebral de conduzir uma rede a estados "difíceis de alcançar" 

  • Controlabilidade de Limites: a capacidade teórica de uma região do cérebro de guiar redes cerebrais distintas para se comunicar uns com os outros.


CONCLUSÃO

Os pesquisadores descobriram que a controlabilidade dos limites representava um processo importante nas tarefas de linguagem abertas, quando os participantes precisavam recuperar e selecionar uma única palavra diante de respostas alternativas concorrentes.

Por outro lado, a controlabilidade modal estava intimamente relacionada às tarefas de linguagem fechadas. Isso sugere que a capacidade do LIFG de integrar e segregar a comunicação entre as redes cerebrais pode não desempenhar um papel importante quando as pessoas estão selecionando uma palavra única e correta, em vez de escolher entre várias possibilidades.

O co-autor do estudo, Roy Hamilton, MD, um neurologista comportamental da Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia, sugere que estes achados podem um dia beneficiar pacientes com afasia (perda de linguagem adquirida devido a acidente vascular cerebral). Para pacientes com afasia, a recuperação parcial da linguagem é frequentemente associada à reorganização do sistema de linguagem nas funções cerebrais - funções de linguagem desempenhadas por áreas danificadas do cérebro mudam para novas áreas que não estavam anteriormente envolvidas no processamento da linguagem.

Em seguida, a equipe de pesquisa está usando o mesmo tipo de técnicas em pacientes com AVC para ver se é possível ajudá-los a melhorar sua fala, através da estimulação de certas áreas do cérebro.


Fonte: Audiology Online

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